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artur souza

carregar a casa

1.
Permitir-se habitar. Depois dos nomadismos, movências, migrações... permitir-se parar. Frequentar um espaço até que este se transforme em lugar. Experimentar a fixidez da residência: "resido em". "Sou de", mas "resido em". Entre abalos, esbarros, marcas no corpo, observar o que permanece, como estrutura. Como a entropia do artista - e de seu processo - se manifesta em um novo lugar? Entre as coisas que se movem, o que permanece? O que descansa/decanta do "mover-se"? Como permanecer fechado sobre o espaço de uma casa? Como a entropia do "mover-se" encontra repouso no habitar? 

 

2.
Entre as imagens pululantes, encontrar abrigo, fazer imagens, observar dispositivos, participar, solicitar ao imaginário o que se faz urgente, falar das novas situações, repensar estratégias, lançar estratagemas, acionar urgências.

 

3. 
Se descobrir besouro, depois de noites intranquilas, preso a uma casa. Corpo-casa. Corpo-casa-dentro da casa. Não útil em sua essência, mas denso em seu peso. Movendo-se livremente chão-parede-teto. Olhando os cômodos sobre novos ângulos. Experimentar o abandono, os restos, lugares palimpsesticos em significados, em relações. Morrendo um pouco por dia, ressurgindo em outro plano, linha, ponto. Gregor Samsa em sua metamorfose e suas reverberações.

 

4.
Carregar a casa. Tapar o rosto com uma máscara e levar parte da casa dentro dela, na entropia do ar, no calor do corpo. Não permitir que vírus e vetores adentrem/perfurem o corpo. Contaminação/contágio. Membrana de proteção, entre o dentro e o fora, do que é preciso esconder e do que é obrigatório esconder/revelar, um filtro-casa. Do que entra pelas suas microportas, do que no ritual-respiração fica para fora, mantendo invasores e indesejados fora.

 

5.
Medir. Medir o espaço e o tempo a partir de um ritmo. Um após o outro, consecutivamente alternados. Régua para a construção de ângulos, espaços construídos e cidades. Lugar de embate entre a rigidez do concreto, a fluidez da vivência e organicidade de um corpo.

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Carregar a casa, 2021
Fotoperformance.
Arquivos digitais (dimensões variáveis).

(Foto: M. Abreu)
 

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Espaçatório de um metro, 2021
Fotoperformance.
Arquivos digitais (dimensões variáveis).

(Foto: M. Abreu)
 

a.JPG

Casa-Máscara, 2021
Objeto: varetas de eucalipto, tinta acrílica, tecido, parafusos, cola e elástico.
14,5 x 9,5 x 8,5 cm

(Foto: M. Abreu)

b.JPG

Casa-estrutura-espaçador, 2021
Objeto: varetas de eucalipto, tinta acrílica, tecido, parafusos, cola e elástico.
23,5 x 15 x 14,5 cm

(Foto: M. Abreu)

c.JPG

Casa-cabeça, 2021
Objeto: varetas de eucalipto, tinta acrílica, tecido, parafusos, cola e elástico.
23,5 x 15 x 14,5 cm

(Foto: M. Abreu)

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